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sexta-feira, 30 de abril de 2010


SEMEANDO NO TEMPO

O tempo é uma das coisas mais preciosas que temos. E como diria o poeta “a vida é como o vento que passa pelo tempo”. Sendo assim, temos que aproveitá-la ao máximo. Mas como fazê-lo? A maioria das pessoas acredita que a melhor maneira de se aproveitar a vida é curtir as baladas, as festas e ficar de porre de tal forma que não se lembre do que ocorreu no dia anterior. Tal como descreve o filme “Se beber não case” em que os três amigos acordam e não se lembram do que ocorreu no dia anterior em Las Vegas e nem sabem onde está o noivo. Será mesmo essa a melhor forma de se aproveitar a vida?

Muitas vezes ouvimos ou lemos coisas, mas não damos a mínima importância a elas. Não importa quem o diga ou o tenha escrito, deve-se sempre analisar tudo e guardar o que é bom para nós. É como carregar duas sacolas, uma furada para colocar as coisas ruins e outra boa que carregamos com o que é bom para toda a vida. Mas às vezes invertemos os valores e guardamos o que é ruim na sacola boa e descartamos na furada o que é bom acarretando sobre nós as consequências desta escolha. O que estou compartilhando nestas linhas é apenas um pouco do que aprendi nesta vida e procuro levar comigo no dia-a-dia. Dessa forma, a nossa escolha é determinante para o nosso futuro.

Não há como falar de escolha, sem falar de semeadura. Um velho sábio ensinou ao seu filho o valor dessa palavra. Quando li esta história, logo percebi a importância dela para a minha vida. Na história estavam pai e filho na beira da estrada chupando laranjas. Quando terminaram o pai plantou na beira da estrada as sementes e o filho perguntou o por que daquilo se ele nem sabia se retornaria àquele lugar novamente. Então o velho pai serenamente lhe respondeu que na vida devemos plantar boas semente, ainda que não venhamos estar lá para a colheita. Naquele momento o filho não entendeu muita coisa porque não havia nele maturidade suficiente para entender mas guardou consigo aquelas palavras e hoje elas são muito importantes em sua vida.

Pensando nesta história recordei-me de uma outra que li e diz sobre os questionamentos da sociedade moderna. Questiona-se muito sobre que “mundo” estamos deixando para os nossos filhos, enquanto o escritor o inverte e questiona que “filhos” estamos deixando para o nosso mundo. Na primeira questão o pensamento é individual, egocêntrico, enquanto na segunda o pensamento nos leva para o coletivo porque relaciona-se com a questão de semear. Os filhos são uma semente que deixamos no mundo. Portanto se semearmos bem teremos um mundo melhor porque é o mundo que depende das pessoas e não as pessoas do mundo. Dessa forma, temos que pensar que para semearmos dependemos exclusivamente do tempo.

Assim retornamos para um dos questionamentos do primeiro parágrafo: “como devemos aproveitar a vida?” Sendo ela como a flor que dá na primavera e no outono já não está lá, o que devemos fazer com o pouco de tempo que temos? Porque se pensarmos somente em nós e não fizermos nada que seja frutífero, que filhos o nosso mundo terá, como será a nossa sociedade? Teremos realmente aproveitado bem a vida? Bom, estas são respostas que não tenho, então deixo-as para vocês responderem quando refletirem sobre que tipo de sementes tem plantado ainda que não fiquem para a colheita.


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