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quinta-feira, 18 de março de 2010


CHÃO DO SERTÃO



Há cem anos tenho fome

Paro. Penso... sinto o vento

Que leva minha terra[,] seca

Onde só há lamento.[.]

Crianças me pisam

Descalças, desamparadas

Às portas[.] de suas casinhas de taipa.

Seus olhares[?] refletem

O desprezo, a desolação

A esperança[?] para elas

Talvez seja[!] a única solução

Porém, até quando?

Se cá, no Brasil

Eles só falam em reforma agrária,

Distribuição de terras.[,]

E depois que o mandato acaba

Tudo não passa de mais promessas.[.]

Sendo assim...

...a vida neste chão nordestino

Continua fria, dura, sem sorrisos[.]

E, se a morte pegá-los dormindo

Ninguém se importa, “é o destino”.[.]

Contudo como se livrarão?

Da desnutrição[,] infantil

Da sede[,] de cultura

E da fome[?] de letras?

Até porque, como se pode[?]

Aprender tendo fome, e

Vencer sem ter nome?

A estes, o que resta de lindo

É o céu[,]

E a esperança de que gerações futuras

Não sejam deixadas ao léu[.]

Quando este dia chegar

Aqui estarei

Para contar[?] sobre um mundo mais justo[,]

Onde não mais haverá

Por meio da fome[,]

Aos sertanejos, “o luto”. [?]


PS. É necessário realizar duas leituras desse poema. Na primeira, uma leitura completa com as pontuações originais. Na segunda, uma leitura apenas com as palavras sublinhadas e as pontuações entre colchetes. Tenha uma boa leitura...

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