Há cem anos tenho fome
Paro. Penso... sinto o vento
Que leva minha terra[,] seca
Onde só há lamento.[.]
Crianças me pisam
Descalças, desamparadas
Às portas[.] de suas casinhas de taipa.
Seus olhares[?] refletem
O desprezo, a desolação
A esperança[?] para elas
Talvez seja[!] a única solução
Porém, até quando?
Se cá, no Brasil
Eles só falam em reforma agrária,
Distribuição de terras.[,]
E depois que o mandato acaba
Tudo não passa de mais promessas.[.]
Sendo assim...
...a vida neste chão nordestino
Continua fria, dura, sem sorrisos[.]
E, se a morte pegá-los dormindo
Ninguém se importa, “é o destino”.[.]
Contudo como se livrarão?
Da desnutrição[,] infantil
Da sede[,] de cultura
E da fome[?] de letras?
Até porque, como se pode[?]
Aprender tendo fome, e
Vencer sem ter nome?
A estes, o que resta de lindo
É o céu[,]
E a esperança de que gerações futuras
Não sejam deixadas ao léu[.]
Quando este dia chegar
Aqui estarei
Para contar[?] sobre um mundo mais justo[,]
Onde não mais haverá
Por meio da fome[,]
Aos sertanejos, “o luto”. [?]
PS. É necessário realizar duas leituras desse poema. Na primeira, uma leitura completa com as pontuações originais. Na segunda, uma leitura apenas com as palavras sublinhadas e as pontuações entre colchetes. Tenha uma boa leitura...
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